sábado, 26 de novembro de 2011

Graça: Gratuita, mas Cara

Graça: Gratuita, mas Cara

John Mark Hicks


Dietrich Bonhoeffer foi um importante teólogo alemão que protestou contra a igreja do estado na Alemanha porque o Nazismo veio a controlar suas decisões e ideologia. Como resultado, e com muitos outros, ele fundou a Igreja Confessante na Alemanha. Bonfoeffer foi impedido de ensinar nas Universidades, proibido de falar ou escrever ao público, e finalmente preso. Ele foi executado no campo de concentração em Flossenburg em 9 de abril de 1945 com a idade de trinta e nove anos, dias antes dos aliados liberarem o campo.

Bonfoeffer pagou um preço altíssimo por sua fé. Ela lhe custou sua profissão, sua liberdade e finalmente sua vida. A graça de Deus, como ele a concebia, era cara. Não era barata.

Em 1937, Bonhoeffer pôde publicar um pequeno livro sobre o Sermão do Monte (Mt 5-7) intitulado The Cost of Discipleship (O Preço do Discipulado). A polêmica implícita deste livro era que a igreja do estado tinha aceito uma graça barata. Ela tinha se entregado à cultura secular ao invés de transformá-la. Tinha aceito o “igrejismo” no lugar do verdadeiro discipulado. Nas palavras de Bonhoeffer, “Graça barata é a pregação do perdão sem a exigência do arrependimento, do batismo sem a disciplina da Igreja, da Comunhão sem a confissão, da absolvição sem a contrição” (p. 42).

A graça custou a Deus a vida de seu Filho. Ela também é custosa para nós. Ela exige nossa obediência numa vida de discipulado. Este é um discipulado que envolve o mundo com sal e luz. É um discipulado que vive no mundo para serviço e ministério aos outros. É um discipulado que nos convoca a seguir Cristo pelo mundo para servir ao mundo (Jo 17.15-18). É uma graça cara.

A graça é o amor imerecido de Deus. É favor concedido quando a ira é devida. Mas a concessão dessa graça nos convoca a um caro discipulado no mundo. A graça não custa barato. Custou a Deus, e custa a nós nossas próprias vidas em abnegação. “Se alguém quer vir após mim,” Jesus disse, “negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz” (Lc 9.23). A graça exige nosso serviço para toda a vida – exige um preço de nós. Enquanto pregamos a majestade e glória da graça em Ross Road, também proclamamos o custo dessa graça em nossas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário